Cristina Ataide

Cristina Ataide. Viseu, 1951. Vive e trabalha em Lisboa.

Terminou o curso de Escultura em 1978 na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e frequentou o terceiro ano do curso de Design do mesmo estabelecimento. É contemporânea de Fernando Calhau e Julião Sarmento.

Em 1982, em Lagos, integrou o grupo Emarte, com o escultor João Cutileiro. Em 1984, com José Pedro Croft, cria e instala, no Cabo Espichel, um lugar de relação, Escultura sobre a Falésia onde surgia um altar cujas portas se abriam em direção ao oceano.

Cofundadora da empresa transformadora de mármore e rochas ornamentais Madein, em Alenquer (da qual foi diretora de produção de Escultura e Design entre 1987 e 1996), desenvolveu peças de mobiliário, objetos de design e escultura em mármore. Trabalhou aí com Anish Kapoor, Michelangelo Pistoletto, Matt Mullican, Keith Sonnier e Joel Fisher.

Bolseira da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento em 1986, 1988 e 1997, e da Fundação Calouste Gulbenkian em 1994, 95, 98 e 2005. Expõe individualmente desde 1984 e coletivamente desde 1983, em Portugal e no estrangeiro. Como docente, trabalha desde 1996 na Universidade Lusófona de Lisboa.

A sua obra desenvolve-se em suportes que variam entre a pedra, a madeira, o metal, pigmento e o papel, neste caso servindo o desenho, a fotografia e recentemente a escultura. Como escultora é autora de obra pública, como se pode ver em Cascais, Amadora, Caldas da Rainha, Alenquer, Fundão, Fines (Espanha) e mais recentemente no Parque de Escultura Contemporânea de Vila Nova da Barquinha, juntamente com escultores como Joana Vasconcelos, Fernanda Fragateiro, Rui Chafes e Alberto Carneiro, entre outros.

Tem desenvolvido experiências diferenciadas, designadamente através da prática da instalação, acentuando a investigação de carácter social, antropológico e intervencionista (também do pondo de vista de uma consciência ecologista de íntima filiação na Land Art), devendo salientar-se a parceria com Graça Pereira Coutinho, com a qual realizou exposições como “Silêncio?” (Sala do Veado do Museu Nacional de História Natural, Lisboa, 1998) ou “Memória” (Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Almada, 2000).

A sua obra encontra-se representada no Centro de Arte Moderna – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Coleção da Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Fundação P.L.M.J., Lisboa; Banco Espírito Santo, BES; Coleção Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea, Almada; Coleção Unión Fenosa, La Coruña, Espanha e Hotel Açores Lisboa, Grupo Bensaude, Lisboa; Coleção António Cachola, Elvas.

Prêmios:
Prêmio Revelação, I Bienal de Sintra, 1987;
Design in Stone Award, SK/Marbrito, 1993;
Selo Design, Centro Português de Design, 1993;
Distinção no Espaço Design 94, Exponor, Porto, 1994;
Menção Honrosa de Escultura da 6ª Bienal das Caldas da Rainha, 1995;
Escultura seleccionada para os “Recorridos de ARCO”, Madrid,1996;
Prêmio aquisição Unión Fenosa, La Coruña, 1997 e 1999;
Paisagen blanca, projecto para Blanca, 2009.

Na palma da mão, Galeria Ybakatu,  2016