Ópera Citoplasmática | Museu Oscar Niemeyer

Ópera Citoplasmática | Museu Oscar Niemeyer

O artista Hugo Mendes, representado pela Galeria Ybakatu, participa da exposição coletiva “Ópera Citoplasmática”, que propõe um diálogo com o ‘espaço expositivo do Olho’, no Museu Oscar Niemeyer (MON), fazendo com que a sua especificidade arquitetônica participe do projeto.

A seleção dos artistas considerou a multiplicidade de linguagens, que inclui desde as mais tradicionais pintura e escultura, passando por instalações, vídeos, projeções de texto, intervenções sonoras feitas especialmente para a exposição e interferências espaciais.

A curadoria é de Diego Mauro e Luana Fortes. A curadoria adjunta e concepção é de João GG. Os participantes são: Boto, Darks Miranda, Fernanda Galvão, Gabriel Pessoto, Giulia Puntel, Hugo Mendes, Iagor Peres, Ilê Sartuzi, Janaína Wagner, João GG, Juan Parada, Juliana Cerqueira Leite, Luiz Roque, Mariana Manhães, Marina Weffort, Maya Weishof, Miguel Bakun, Motta & Lima, Paola Ribeiro, Rafael RG, Renato Pera, Rodrigo Evangelista e Wisrah Villefort.

Hugo Mendes, sem título, 2016
Resina, laca nitrocelulose e verniz poliuretano

Hugo Mendes, 1981. Curitiba/PR.

Um conjunto de oito trabalhos de Hugo Mendes de momentos distintos de sua trajetória, pontua os quatro atos desta exposição, a partir de ambiguidades de diferentes naturezas, que ora se fazem todas presentes em um único objeto, ora diluem-se pelas relações entre trabalhos distintos. Em alguns casos, o artista ressalta o contraste entre o industrial e o artesanal, como quando concilia a laca nitrocelulose – tinta industrial muito utilizada em automóveis ou em acabamento de móveis de madeira – e o adobe – mistura de terra crua, água e palha, uma das mais antigas técnicas de construção. Ou como nos trabalhos em que as formas e títulos referenciam elementos ou acontecimentos da natureza, mas resultam em objetos com aspectos particularmente sintético.

Em outros objetos, a ambiguidade se faz presente nos acabamentos, que dissimulam um processo meticuloso e manual, muitas vezes com repetidas camadas de polimento, ao passo que mais se assemelham ao que máquinas são capazes de fazer.

Há ainda, aqueles trabalhos em que a referência é algo a algo repulsivo torna-se um objeto que é visto como tudo menos repulsivo. É assim que o artista traz novos olhares ao mecônio (primeiras fezes de um bebê), às bicheiras (infecções parasitárias causadas por larvas de moscas) ou aos besouros conhecidos como rola-bostas, que se alimentam de fezes de outros animais, formando uma esfera com os excrementos e rolando a para o mais longe possível. Hugo Mendes olha para o improvável e dele extrai o seu lado mais surpreendente. Sobre o rola-bosta, não aludiria a fezes, mas, por exemplo, à capacidade desse besouro de se orientar pelo Sol, pela Lua, ou até pelas estrelas, como pouquíssimas outras espécies de animais conseguem fazer.

Hugo Mendes, Meu desenho número um, 2012
Madeira, laca nitrocelulose, verniz poliuretano e plástico

Hugo Mendes – Mole, 2014
Fibra de vidro, laca nitrocelulose e verniz poliuretano. Edição 1 de 3.
Acervo Ana Cristina e Felipe Michelena

Hugo Mendes, Mecônio, 2014
Fibra de vidro, laca nitrocelulose e verniz poliuretano

Hugo Mendes, Infinito Circular ou Rola-bosta, 2016
Adobe, cerâmica, tinta poliéster e verniz poliuretano
Acervo do artista

Hugo Mendes, Sem título, da série Bicheiras, 2018/2019
Adobe pigmentado

Hugo Mendes, Sem título, 2018/2019
Adobe, madeira, laca nitrocelulose e verniz poliuretano

Hugo Mendes – Sem título, da série Memento (ou O Cair das Folhas), 2020
Madeira imbuia, laca nitrocelulose e verniz poliuretano
Acervo Tuca Nissel

Fotos: Gilson Camargo

Segunda à Sexta
Das 10h as 12h e das 13h30 as 17h

+55 41 3264-4752

R. Francisco Rocha, 62, Batel, Curitiba | PR