Claudio Alvarez. Rosário, Argentina, 1955. Vive e trabalha em Curitiba/PR.
A exposição “Como vai você, geração 80?” realizada no Parque Laje, em 1984, no Rio de Janeiro, marca o início de sua atuação no cenário artístico brasileiro e de uma série de exposições individuais e coletivas, nacionais, e posteriormente, internacionais.
No anos mais recentes, participou da TRIO Bienal, 2015, Rio de Janeiro e da Bienal Internacional de Curitiba, 2015. Na galeria Lume, em São Paulo, realizou as exposições “Verso Transitivo”, em 2015; “Sobretempos”, em 2017 e “Quando Vemos”, 2019/2020.
Sua obra foi premiada em diversos Salões de Arte e faz parte de acervos públicos e privados. Participou das edições da SP Arte, de 2011 a 2019; representado pela galeria Ybakatu, Galeria Lume e Luciana Caravello. Participou da ARCO Madrid, representado pela galeria Ybakatu, nas edições de 2012, 2013 (como artista destacado) e 2014, e também pela galeria Ybakatu, participou da Crossroads, Londres. Em 2016, representado pela galeria Lume, participou da ArtLima.
Em exposição, inaugurada em novembro de 2017, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, a obra “Vento do Éter”-1994, pertencente ao acervo do museu, integra a exposição Luz=Matéria, com curadoria de Agnaldo Farias. Sua obra “Inflável I”-1989, pertencente ao acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, faz parte da exposição Tempos Sensíveis, inaugurada em outubro de 2018, no MON, também com a curadoria de Agnaldo Farias.
Pesquisador do movimento e da percepção, Claudio Alvarez propõe desafios ao olhar, construídos como mecanismos em que aquilo que vemos entra em contradição com aquilo que sabemos. Ilusões de ótica, jogos de espelho e iluminação, objetos móveis e formas dinâmicas são elementos que formam seu amplo repertório de jogos visuais. Alvarez desenvolve construções que ativam uma percepção que alia análise e fascínio, raciocínio e ilusão – dois modos fundamentais da relação humana com o mundo. Em suas obras, estruturas geométricas são relativizadas, colocadas em movimento através de situações de equilíbrio oscilante e dinâmico. A ilusão de ótica, presente em outras, provoca questionamentos sobre nossa própria percepção, o mundo real e o mundo das aparências. Unindo fluidez, ilusão e materialidade, as obras de Alvarez estabelecem uma racionalidade em que a sensação também é pensamento.
“Sobre meu processo criativo, acredito que em alguns aspectos, pode-se compará-lo a de um pesquisador na área científica. Na medida em que a investigação avança, novas descobertas se somam ao repertório. O trabalho que venho desenvolvendo ao longo da minha carreira, iniciada no final dos anos setenta, já vivendo no Brasil, consiste na aplicação deste repertório. Quando reflito sobre minha produção artística, percebo que poderia dividi-la em várias linhas de pesquisa que se entrecruzam ou se fundem na elaboração de diversas obras. Penso que poderia separá-las em alguns conjuntos: aquele que explora as possibilidades da forma em sua relação espacial e temporal, incluindo neste grupo meus trabalhos estritamente cinéticos, do início da minha carreira, assim como a série, já de 2012, Geometrias Instáveis, composta por estruturas conectadas entre si por fios que se deformam pelo movimento. Outro, que tem a luz e o movimento como elementos constitutivos principais, como por exemplo, as obras apresentadas no livro e exposição Aparências, em 2010. Por último, o conjunto de trabalhos que explora o deslocamento entre o real e o virtual provocando assim, uma reflexão sobre o que realmente vemos. Nestes trabalhos são utilizados recursos ópticos tais como lentes e espelhos para criar espaços virtuais. É a consciência de nossa própria percepção que entra em jogo na construção de muitos dos meus trabalhos e é também através da percepção que se dá a interação com o observador. Ele também descobre algo similar ao que originou a obra. Gosto de pensar que meus trabalhos possuam a virtude de estimular a sensibilidade e a reflexão em tempos tão sombrios e que possam de alguma forma, despertar no observador uma forma renovada de ver o mundo.”
O Vento e o Tempo, escultura de Claudio Alvarez. Nomaa Hotel, Curitiba, 2021