
Latitude Art Fair
A Galeria Ybakatu participa da Latitude Art Fair apresentando obras dos artistas André Rigatti, Claudio Alvarez, Hugo Mendes, Ligia Borba, Tatiana Stropp e Washington Silvera. O evento conta com a participação de 50 galerias brasileiras do mercado primário, e acontece na plataforma Artsy, de 23 a 27 de setembro de 2020.
Acesse: https://www.artsy.net/latitude-art-fair-2020
Estas duas pinturas que estão a ser apresentadas pela Galeria Ybakatu fazem parte da minha investigação recente, que estou a desenvolver para o meu doutoramento em artes visuais na Universidade do Porto em Portugal.
Em ambas as obras, discuto a conformação de uma imagem híbrida, de uma imagem que se consolida através de procedimentos tradicionais da pintura, mas também com a introdução de outras técnicas, como a serigrafia por exemplo. Aí ocorre uma fusão dessas duas linguagens na construção da imagem.
A imagem, então, discute essa relação entre o artesanato e a manualidade, mas também apresenta uma discussão em torno da mecanicidade.
É um processo de construção que se dá a partir da sobreposição de inúmeras camadas, que partem muito lentamente de coberturas muito finas, muito delgadas, de situações cromáticas, que servem como uma espécie de território para que essas imagens sejam impressas sobrepostas e acumuladas sobre aquele cromático. território.
Nesse caso, essas imagens impressas, partem de uma relação de ornamento e também de uma relação com a palavra e a linguagem, onde essas duas coisas se fundem e procuram de forma a aproximar-se um pouco mais da discussão urbana, um pouco mais próxima da paisagem, de modo que também traz para o trabalho a possibilidade de encarar essa construção tanto no sentido abstrato quanto figurativo.
A pintura, a partir de sua colocação abstrata, deixa aberta essa possibilidade de perceber tanto uma paisagem quanto uma abstração pura. Traz esses elementos da natureza, esses elementos da cidade, essas expressões gráficas como pixos, graffiti, as borrifadas, tudo isso para dialogar com uma construção que se dá por um sentido de questionamento da problemática das imagens hoje em nosso tempo. (André Rigatti)
André Rigatti – Sem título, 2020
Acrílico, esmalte, spray e serigrafia sobre tela
30 × 20 pol.
76,2 × 50,8 cm
R$ 3.000,00
André Rigatti – Sem título, 2020
Acrílico e serigrafia sobre tela
70 9/10 × 43 3/10 pol
180 × 110 cm
R$ 15.000,00
Uma horizontalidade onde, em ritmos diferentes, o tempo está, ao mesmo tempo, aqui e ali. Diferentes ritmos de tempo compartilham o mesmo espaço e a cada oscilação se dividem em dois, minutos e segundos. As contas não coincidem. O tempo não é exatamente preciso.
Velocidade, tempo, espaço. Uma trajetória em suspensão, onde o presente e o passado habitam o mesmo espaço. A simultaneidade real e ilusória seria uma representação possível de nossa existência. O objeto nos apontaria para duas direções pertencentes ao mesmo lugar?
O espaço é preenchido suavemente enquanto no balanço do pêndulo, uma narrativa se desenvolve. O presente e o passado se fundem em uma fábula sobre o tempo. A imaterialidade da luz, do ar e da cor refletida tornam-se visíveis. O tangível e o intangível se fundem.
Claudio Alvarez – Alvo, 2020
Aço inoxidável, madeira, espelho, fórmica e ímã
21 7/10 × 9 4/5 × 5 9/10 pol.
55 × 25 × 15 cm
Edição 1/1/3 + PA
R$ 13.000,00
Claudio Alvarez – Tempo Paralelo, 2020
Aço inoxidável
17 7/10 × 65 × 5 1/2 pol.
45 × 165 × 14 cm
R$ 18.000,00
Claudio Alvarez – Solaris, 2020
Aço inoxidável, acrílico e alumínio
26 2/5 × 11 × 6 3/10 pol.
67 × 28 × 16 cm
Edições 1-3 de 3 + 1 PA
R$ 13.600,00
Escultura, pintura e desenho são os principais instrumentos que Hugo Mendes utiliza para abordar diversas questões do campo poético.
Atualmente pesquisa o imaginário do corpo no campo escultórico, seja pela ou pela imagem simbólica dos detalhes do corpo, com suas devidas desproporções e a combinação de elementos distintos, convertendo-os em seres ou corpos independentes. Procedimento que propõe um diálogo entre trabalho e erotismo, sedução e estranheza.
Hugo Mendes – Sem título da série “Memento (ou O cair das folhas)”, 2020
Imbuia, laca de nitrocelulose e verniz
5 1/10 × 22 2/5 × 5 1/2 pol.
13 × 57 × 14 cm
R$ 8.000,00
Hugo Mendes – Sem título, 2020
Madeira (Angico), resina, laca nitrocelulose e verniz poliuretano
25 3/5 × 5 9/10 × 4 3/10 pol.
65 × 15 × 11 cm
R$ 10.000,00
Hugo Mendes – Sem título, 2020
Madeira (Imbuia), musgo, resina, tinta a óleo e cera em palitos
27 3/5 × 9 1/10 × 6 3/10 pol.
70 × 23 × 16 cm
R$ 12.000,00
Sobre Ukiyo-e:
As xilogravuras japonesas ukiyo-e (estampas do mundo que flui) que surgiram em Edo (hoje Tóquio) elevaram a arte da gravura e impressão ao nível da excelência técnica e estética. Às vezes, mais de dez matrizes, cada uma de uma cor diferente, se sobrepunham para imprimir com precisão uma policromia maravilhosa e única e as muitas cópias tornavam essas impressões acessíveis e populares.
A busca por cenas em pubs e teatros levou ao desenvolvimento dos temas típicos do “Bairro do Prazer”: belas mulheres (bejin-ga) e atores famosos do teatro Kabuki (yakusha-e).
Para a transposição desse universo impresso em papel para o universo da cerâmica, escolhi uma gravura do mestre Torii Kiyonaga: “Concurso das Belezas Atuais do Bairro do Prazer: Cortesanos de Tachibanacho”.
O erotismo sutil de alguns detalhes me levou a selecionar três aspectos recortados e ampliados, expandidos em uma nova narrativa da cena, como nas tiras de HQ moderno, o mangá: cabelos e olhos; pescoço pescoço; pés e fenda do quimono.
Um trabalho envolvente de descoberta do desenho original transposto pela talha guiou meu olhar durante os estudos, as ampliações e as adaptações necessárias para a execução das incisões nas placas de barro.
Os motivos das estampas nos tecidos foram procurados na impressão da época. A policromia cerâmica exigia quatro queimas para cada um dos quinze módulos para que os esmaltes se comportassem de forma a reproduzir os efeitos gráficos desejados.
Ligia Borba – Concurso das Belezas Atuais do Bairro do Prazer, 2017-2018
Cerâmica policromada com esmaltes de alta temperatura. Três painéis, cada um construído com 5 módulos de 26,5 x 42 cm, resultando em painéis independentes com 132,5 cm cada.
45 7/10 × 52 1/5 pol.
116 × 132,5 cm
R$ 50.000,00 inteiro
R$ 20.000,00 cada tira com 5 módulos
Esta obra é um díptico que não é linear na sua superfície, tem uma diferença entre as duas placas que cria este movimento e realça este volume da parede, com linhas verticais, horizontais e até uma certa diagonalidade aí em tons de cinzento.
Esta pintura apresenta tons laranja sobrepostos e um azul. Na parte azul tem essa dobra com amarelo no verso que reflete na parede e traz essa sombra colorida daquele reflexo do amarelo na parede.
Esta obra é um díptico que não é linear na sua superfície, tem uma diferença entre as duas placas que cria este movimento e realça este volume da parede, com linhas verticais, horizontais e até uma certa diagonalidade aí em tons de cinzento.
Tatiana Stropp – 01.10, 2018
Óleo sobre alumínio
21 7/10 × 40 1/5 pol.
55 × 102 cm
R$ 9.500,00
Tatiana Stropp – 06.09, 2020
Óleo sobre alumínio
33 9/10 × 1/2 × 2 pol.
86 × 1,25 × 5 cm
R$ 13.000,00
Tatiana Stropp – 22.02, 2016
Óleo sobre alumínio
75 x 62,5 cm
R$ 8.250,00
Tatiana Stropp – 17.03, 2014
Óleo sobre alumínio
24 3/5 × 29 1/2 pol.
62,5 × 75 cm
R$ 8.250,00
“Wafer” pertence à série “Sweet Minimal”. Nesta escultura o artista aborda uma referência minimalista de redução formal, utilizando uma forma conhecida de wafer, em que traz uma versão feita de Imbuia e Madeira Caxeta. A escala oversized também mostra um caminho que percorreu em alguns dos trabalhos que criou ao longo da sua carreira.
O artista gosta de perceber que esta peça, além do rigor minimalista, dá um toque de humor que envolve parte das nossas memórias e registros de doces, texturas que ainda estão em jogo.
Washington Silvera – Wafer, 2020
Madeira Imbuia e Caxeta
44 9/10 × 10 3/5 × 5 1/10 pol.
114 × 27 × 13 cm
Edições 1-3 de 3 + 1AP
R$ 12.000,00
A escultura ‘Luva Espelho’ é uma obra realizada entre 2019 e 2020. “Dentro da minha produção já fiz muitos trabalhos que tiveram inspirações desportivas e o resultado é sempre o local onde os jogos são interrompidos por imagens absurdas. Como um tabuleiro de xadrez com mais quadrados, onde o tempo de jogo é estendido, ou também um skate onde a forma faz parte de uma calçada. Dentro dessa poética fiz uma luva de boxe onde a poesia estará quase invicta na resistência do material de que é feita, o bronze. Mas esta escultura não é composta apenas de poesia, é irônico imaginar o peso e a força hercúlea que alguém poderia ter para usá-la. Sobreposto a um espelho, um material frágil que dobra a imagem, formando um par lúdico e imprevisível.”
Washington Silvera – Luva Espelho (Espelho de luva), 2020
Escultura de bronze e espelho
6 7/10 × 11 × 5 9/10 pol.
17 × 28 × 15 cm
R$ 16.000,00
Washington Silvera – Dois castelos altos, 2020
Madeira e laca
23 3/5 × 23 3/5 × 8 7/10 pol.
60 × 60 × 22 cm (cada peça)
R$ 18.000,00 (as duas peças)
Dois Castelos Altos, da série de seres imaginários, também foram realizados entre 2019-2020. Explorando o potencial escultórico da madeira de imbuia recolhida em demolição, esta matéria orgânica assume a forma de caracóis de tamanhos exagerados, o seu acabamento confunde e instiga quem os tenta ler. São castelos altos rodeados por vários reflexos.